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Saúde Mental como Sentido de Vida!

Não existe uma definição única, conclusiva e exclusiva para “Saúde Mental”.

‘Bem estar emocional’, ‘equilíbrio existencial’, ‘capacidade de atender a demandas internas e externas’, ‘harmonia sentimental’, ‘funcionalidade operacional’, ‘autonomia mental’, ‘sentido social’ e outras tantas expressões/condições relacionam-se ao que muitas instituições de saúde e muitos estudiosos do tema entendem por “Saúde Mental”.

Com certeza, “Saúde Mental” diz respeito a muitas coisas importantes para os indivíduos, para as suas relações consigo mesmos(as) e para as suas vidas em sociedade.

Para ajudar nesse entendimento do que vem a ser “Saúde Mental” — um conceito fluido e em eterna construção —, também vamos dar a nossa contribuição!

Para nós, uma forma POSSÍVEL de entendermos a Saúde Mental é a compreendendo, também, como condição relacionada a “SENTIDO DE VIDA”.

Como ‘propósito’, como ‘autonomia nas escolhas’, como ‘consciência nas escolhas’, como ‘coerência consigo mesmo(a)’, como ‘congruência e pertinência no agir’ — e por aí vai: SENTIDO DE VIDA.

SENTIDO.

Claro que “Saúde Mental” não é apenas isso — mas, com certeza, onde há Saúde Mental há mais chances para as pessoas fazerem escolhas que lhes façam SENTIDO e onde há SENTIDO NAS ESCOLHAS há mais chances para a Saúde Mental das pessoas!

Por isso, para o Janeiro Branco, uma CULTURA DA SAÚDE MENTAL é, também e necessariamente, uma CULTURA DA VIDA COM MAIS SENTIDOS.

E como a recíproca é verdadeira — uma cultura da VIDA COM MAIS SENTIDOS também é uma cultura da Saúde Mental —, deixamos aqui essa orientação:

quem trabalha pela LEGITIMIDADE DOS SENTIDOS NAS VIDAS DOS INDIVÍDUOS, trabalha pela SAÚDE

Dia da Consciência Negra: Racismo não combina com Saúde Mental!

Racismo gera sofrimento psíquico e, como violência abominável, deve ser combatida de todas as formas.
Saúde mental é um direito de todos e todos têm o dever de zelar pela solidariedade humana e o respeito social.

Se você for vítima de racismo, denuncie!
Se você testemunhar racismos, denuncie!


E se você sentir que não consegue lidar com a diversidade humana, procure ajuda profissional para entender o que acontece dentro de você!

Racismo é crime e, como violência que a muitos machuca, trata-se de uma prática intolerável nas relações humanas.
Diga não ao racismo, faça parte da construção de um mundo mais justo e se lembre sempre: todos têm direito à vida, à paz, à realização pessoal, à felicidade e à Saúde Mental!

Cenas da Campanha Janeiro Branco 2021 pelo Brasil ;)

Campanha Janeiro Branco segue sua missão de PSICOEDUCAÇÃO das sociedades, promovendo ações presenciais e online com muita informação sobre Saúde Mental para todo mundo!

Confira algumas das cenas do Janeiro Branco 2021 em todo o Brasil!

Janeiro Branco no Sambódromo III (Rio de Janeiro):

Janeiro Branco em Barreiras(BA):

Janeiro Branco em São Luis do Maranhão(MA):

Janeiro Branco no CAPS AUTAZES em Autazes(AM):

Campanha Janeiro Branco no CAPS de Aquiraz(CE):

Janeiro Branco em São Luis do Maranhão(MA), no Hospital Getúlio Vargas:

Janeiro Branco em Brasília(DF):

Janeiro Branco em Niquelândia(GO):

Janeiro Branco em Indaial(SC):

Janeiro Branco no CAPS de Limoeiro do Norte(CE):

Janeiro Branco em Bom Jesus da Lapa(BA):

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Saúde raiz é Saúde Mental!

Quando a humanidade, finalmente, entender o valor e a importância da Saúde Mental, tudo será melhor, mais fácil, mais leve, mais lúcido — e mais saudável!

Por isso, por acreditar no potencial da Saúde Mental como fonte e meio para todo tipo de Saúde existente na humanidade (Saúde social, Saúde política, Saúde espiritual, Saúde física, Saúde financeira, Saúde profissional etc), a Campanha Janeiro Branco afirma o tempo todo e em todo canto:

SAÚDE RAIZ É SAÚDE MENTAL!

  • quem cuida da mente, cuida da vida!
  • o que você não resolve em sua mente, o corpo transforma em doença;
  • ou a gente cuida da mente, ou a mente acaba com a gente!
  • todos têm direito à Saúde Mental!
  • todo cuidado conta!
  • quem cuida de si, já cuida do outro!

 

E você?

Como você cuida da sua Saúde Mental?

Janeiro Branco
A Campanha brasileira sobre Saúde Mental: por uma cultura da Saúde Mental na humanidade!

Volta às aulas com Saúde Mental!

Com a volta às aulas presenciais em muitas regiões no Brasil, vale muito a pena prestarmos atenção em algumas orientações elementares para que o direito à Saúde Mental seja assegurado às nossas crianças.

Leve a sério as dicas abaixo e garanta um retorno às aulas mais saudável e mais tranquilo para toda a família!

Lembre-se: QUEM CUIDA DA MENTE, CUIDA DA VIDA e TODOS TÊM DIREITO À SAÚDE MENTAL!

7 anos de Campanha Janeiro Branco e 8 edições falando sem parar sobre Saúde Mental!

No dia 10/01/2014, nasceu o Janeiro Branco!

O “nascimento” foi em um grande Parque Municipal da cidade de Uberlândia(MG), berço da Campanha.

Após intensa divulgação nas mídias jornalísticas da cidade, centenas de pessoas aceitaram o convite para a Caminhada “Caminhando e Pensando: como andam as nossas mentes?”, o pontapé inicial daquela que, poucos anos depois, viria a ser a maior campanha do mundo em prol da construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade.

A caminhada aconteceu no Parque do Sabiá, foi marcada para as 19h e contou com psicólogas(os) e educadores físicos, além de outros profissionais da saúde e da comunicação, que se deram as mãos para inspirar, orientar e conduzir a população que compareceu atraída pela proposta de “quem cuida da mente, cuida da vida”.

De 2014 para cá, o Janeiro Branco extrapolou fronteiras, alcançou instituições do Brasil e do mundo, virou leis municipais, leis estaduais e chegou aos corações e às mentes de milhões de pessoas cada vez mais interessadas em saber investir em mais Saúde Mental em suas vidas.

Confira algumas imagens da época e comprove a importante contribuição do Janeiro Branco ao mundo: há tempos as pessoas ansiavam por orientações em relação à Saúde Mental, lacuna que a campanha vem preenchendo com zelo, maestria e a sua participação nos últimos 7 anos!

Fotos: Araípedez Luz/Site da Prefeitura Municipal de Uberlândia, em 13/01/2014, e fontes diversas

“Mês da Mulheres”: Instituto Janeiro Branco promove reflexões sobre a condição da Mulher na sociedade

Março é o “Mês das Mulheres” e importa muito, também, falarmos sobre “machismo” e combatê-lo de todas as formas possíveis!

Afinal, “machismo” machuca, faz mal às mulheres, faz mal aos homens, faz mal a todo mundo, empobrece a humanidade, fortalece preconceitos, destrói vidas e promove injustiças onde quer que aconteça.

Um mundo caracterizado pela existência de uma cultura da Saúde Mental permeando as relações entre as pessoas não tem espaço para o “machismo”.

Por isso, durante todo esse mês, o “Mês das Mulheres”, o Instituto Janeiro Branco — instituto que nasceu por força e por ocasião da Campanha Janeiro Branco — irá desenvolver, em suas redes sociais, reflexões psicoeducativas sobre os temas “Saúde Mental”, “Mês das Mulheres”, “machismo”, “Sororidade”, “relações humanas”, “justiça social”, “prevenção ao feminicídio”, “prevenção ao adoecimento emocional” e vários outros temas, direta ou indiretamente, relacionados ao DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES.

Por uma cultura da Saúde Mental na humanidade!

Pelo direito à Saúde Mental por parte de todas as pessoas!

Por um mundo melhor, mais justo e mais humano!

Por um pacto pela Saúde Mental de todas as pessoas e de todas as instituições sociais espalhadas por todo o planeta!

Pelo fim do machismo e pelo respeito à todas as mulheres do mundo!

Janeiro Branco: Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano.

A roupa que uma mulher está usando não é um convite!

E se isso não lhe parece absolutamente óbvio, procure ajuda: sua visão de mundo e seu sistema de crenças precisam ser reavaliados e atualizados à luz das conquistas civilizatórias da humanidade.

Mês das Mulheres e todo dia o Instituto Janeiro Branco vai apontar alguma questão que urge ser defendida em nome de uma cultura da Saúde Mental na humanidade e de um mundo mais justo para todo mundo!

Neste mês, o Instituto Janeiro Branco vai apontar reflexões que podem ajudar os homens a entenderem que todo dia é das mulheres também — e que elas devem ser respeitadas de janeiro a janeiro!

O corpo da mulher pertence à mulher e é inaceitável que, milhares de anos após a espécie humana ter surgido, isso ainda tenha que ser dito, defendido, ensinado e exigido.

Sem respeito, não haverá um pacto pela da Saúde Mental da humanidade.

O desrespeito à liberdade e à autodeterminação das mulheres deveria ser combatido em todos os lugares e o tempo todo, por todo mundo e por toda força comprometida com um mundo melhor!

Haverá Saúde Mental onde não há segurança física e psicológica para todas as pessoas?

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

Isso deveria ser óbvio e compreendido por todo mundo: maternidade não é uma condição intrínseca e necessariamente desejada por todas as mulheres.

Quão melhor seria o mundo se fossem mães apenas as mulheres que realmente desejassem sê-las?

Uma cultura da Saúde Mental na humanidade pressupõe essa discussão, esse respeito e esse aprendizado: ser mulher não significa ser determinada à maternidade.

Significa ser determinada à liberdade e a parir, apenas, escolhas.

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

Você já deve ter reparado que, sobre as mulheres, pairam pressões e cobranças culturais que, não raras vezes, são absurdas, contraditórias e, até mesmo, esquizofrênicas.

Por isso, pense seriamente nessa questão: se é para desejar ser feliz, realizada e saudável, seja à imagem e à semelhança de você mesma!

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

Em sociedades machistas, homem algum realiza a mesma somatória de cargas de trabalho que as mulheres realizam todos os dias.

Será à toa que, historicamente, a depressão e a tentativa de suicídio entre mulheres sejam maiores do que entre homens?

Pense nisso: uma cultura da Saúde Mental na humanidade exige que essas discussões sejam feitas com honestidade.

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

E se pra você isso é mi mi mi, favor procurar ajuda profissional, além de ter cuidado com a lei.

Parabéns a todas as mulheres que, há séculos, resistem bravamente às violências que sofrem e que não abrem mão de lutar por um mundo melhor para todas as pessoas!

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

Criar filhos(as) não é uma tarefa fácil.

Todas as pessoas envolvidas na geração e no nascimento de uma criança devem ter responsabilidades em relação à criação dessa criança – inclusive a sociedade, como um todo.

Cuidando uns dos outros, não tardaremos ter um mundo melhor.

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

Simples, urgente e óbvio, assim.

Janeiro Branco
Por uma cultura da Saúde Mental, 365 dias por ano!

A maior campanha do mundo sobre Saúde Mental!

Janeiro Branco, a campanha brasileira sobre Saúde Mental e a maior do mundo sobre o tema.

Milhares de entrevistas, de lives, de palestras, de rodas de conversa e de diversas outras formas de psicoeducação social sobre Saúde Mental.

Uma Campanha desenvolvida por indivíduos e por instituições sociais de todo o Brasil, de ponta à ponta do país e em todas as suas regiões️.

Um país inteiro coberto por cidadãos e por profissionais da Saúde dedicados a um mundo melhor, com mais solidariedade entre as pessoas e mais informações de qualidade sobre suas condições psicológicas e psicodinâmicas.

Milhões de pessoas positivamente impactadas a respeito de assuntos que dizem respeito às suas vidas privadas e sociais, particulares e coletivas️.

Milhares de instituições públicas e privadas inspiradas a pensarem em Saúde Mental.

Milhares de autoridades públicas inspiradas, influenciadas, cobradas e convidadas a fazerem a sua parte na construção de uma cultura da Saúde Mental no mundo.

Psicoeducação nos meios de comunicação de massa.

Psicoeducação nas redes sociais.

Psicoeducação nas igrejas.

Psicoeducação em empresas, em prefeituras, casas legislativas e em lares de todo o país.

Um dos principais temas da humanidade em pauta por 31 dias seguidos — e mais: ao alcance de todo mundo e de forma ética, leve, acessível, didática, pedagógica, inclusiva, democrática, humanista, criativa, democrática, transversal, transdisciplinar, reflexiva, integrativa, proativa e propositiva.

Uma campanha que dialoga com todo mundo e que cresce em importância à cada edição — como atestam os seus números, os seus meios, as suas conquistas, os convites que recebe, os feedbacks que lhe são entregues, os espaços que lhe são abertos, os carinhos que lhe são destinados, o afeto com que sempre é recebida e os semblantes de esperança com que é acolhida em todo e em qualquer lugar.

Um presente do Brasil para o mundo.

Uma Campanha com alma de filosofia de vida e uma filosofia de vida com jeito de Campanha.

Amor à humanidade à toda prova.

Responsabilidade social. Ética profissional. Utilidade pública.

POR UMA CULTURA DA SAÚDE MENTAL!️

Campanha Janeiro Branco ressalta a importância dos cuidados

Em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo e à jornalista @silviahaidar, o psicólogo Leonardo Abrahão explica a importância redobrada da Campanha Janeiro Branco em tempos de pandemia e como indivíduos e instituições sociais podem somar ao pacto pela Saúde Mental que a humanidade necessita firmar em benefício de si mesma e de todo o planeta.

Agradecemos à jornalista @silviahaidar e ao Jornal Folha de São Paulo por darem voz e visibilidade à causa da Saúde Mental e à campanha brasileira de Saúde Mental — o Janeiro Branco.

Fonte: Folha de São Paulo

Leia, abaixo, a entrevista do psicólogo Leonardo Abrahão ao Jornal Folha de São Paulo.

 

Com os impactos que a pandemia da Covid-19 tem provocado na saúde mental, como o aumento de sintomas depressivos e de ansiedade, a campanha Janeiro Branco deste ano traz a mensagem de que todo cuidado conta.
Criado em 2014 pelo psicólogo Leonardo Abrahão, o movimento tem como objetivo chamar a atenção da população para a importância dos cuidados com a saúde emocional.
Apesar de o debate sobre o tema ter ganhado mais espaço nos últimos meses devido aos desafios impostos pelas condições do isolamento social, Leonardo diz que ainda estamos longe de superar os estigmas em relação aos transtornos psicológicos.
“No entanto, em 2020, não houve quem não tenha sofrido com tudo o que aconteceu no mundo. Isso, com certeza, atrairá a nossa atenção para o que deve ser melhor conduzido em nossas vidas particulares e coletivas, inclusive em relação à saúde mental”, ressalta o psicólogo.
“Toda vez que a dor chega à humanidade, a humanidade se coloca a pensar sobre si mesma, sobre suas condições de existência, suas escolhas, seus acertos e seus erros em relação aos mais variados assuntos. Isso, obviamente, contribui para o lançamento de luzes sobre questões normalmente desprezadas ou encobertas por tabus”, observa.
Para respeitar as regras de distanciamento, nesta edição do Janeiro Branco não haverá palestras e rodas de conversa em lugares públicos, como nos anos anteriores. Os eventos serão feitos por lives e postagens nas redes sociais e no site da campanha.
Leia abaixo a entrevista com o psicólogo.
Com a pandemia, o ano de 2020 foi o que mais se falou em saúde mental. Você acha que esse debate ajudou as pessoas a se educarem sobre tema e a diminuir o estigma em relação aos transtornos mentais? 
Ainda não. Os estigmas ainda existem e existirão por um bom tempo. Infelizmente, a falta de uma cultura da saúde mental no mundo ainda deixará espaço para muitos preconceitos continuarem persistindo em meio aos relacionamentos humanos. É também contra isso que a campanha Janeiro Branco luta.
Porém, pelo fato de os desafios que a humanidade enfrentou no ano passado terem produzido intensas consequências prejudiciais à saúde mental de um número incalculável de pessoas, as dores que essas pessoas sentiram também as levarão a pensar sobre a importância da saúde mental em suas vidas.
Toda vez que a dor chega à humanidade, a humanidade se coloca a pensar sobre si mesma, sobre suas condições de existência, suas escolhas, seus acertos e seus erros em relação aos mais variados assuntos. Isso, obviamente, contribui para o lançamento de luzes sobre questões normalmente desprezadas ou encobertas por tabus.
Em 2020, a humanidade foi obrigada a pensar, de forma bastante ampliada, sobre questões direta e indiretamente ligadas à saúde mental dos indivíduos, como, por exemplo, educação infantil longe das escolas, lares transformados em ambiente de trabalho, vida sexual em tempos de isolamento social, distanciamento dos idosos, risco de desempregolutos inesperados, inconsequências políticas e falta de recursos financeiros para a sustentação da vida material.
Tudo isso diz respeito às múltiplas dimensões em que a saúde mental dos indivíduos opera. Os antigos estigmas relacionados à saúde mental dos seres humanos ainda persistirão por um bom tempo. Ainda vamos precisar de muitos janeiros brancos para melhorias nesse campo.
No entanto, em 2020, não houve quem não tenha sofrido com tudo o que aconteceu no mundo. Isso, com certeza, atrairá a nossa atenção para o que deve ser melhor conduzido em nossas vidas particulares e coletivas, inclusive em relação à saúde mental.
O debate sobre a importância de cuidar da saúde mental já chegou às empresas em relação aos seus funcionários? 
Não, ainda é um desafio e necessitaremos de muitos janeiros brancos para que uma verdadeira cultura da saúde mental permeie todas as relações humanas. Ainda estamos no início do processo de conscientização das pessoas e das instituições a respeito de tudo o que se relaciona às condições psicológicas e subjetivas dos indivíduos.
Além disso, as lógicas e as ideologias dos nossos sistemas sociais, culturais, produtivos e econômicos ainda são bastante compromissadas com imperativos materialistas, financistas, competitivos, particulares e individualistas indiferentes à saúde mental da maioria das pessoas em nossa sociedade, que é profundamente ignorante em relação às condições psicodinâmicas dos seres humanos.
O nosso analfabetismo emocional e o nosso desprezo à psicoeducação ainda cobra um preço muito alto da humanidade e até mesmo das empresas que não olham para as realidades subjetivas dos indivíduos que as compõem, que as operam e as sustentam.
O Ministério da Saúde anunciou que deve revogar uma série de portarias que estruturam a política de saúde mental no país. Entre as propostas, está o fim do programa de Volta para Casa, que promove a reinserção social de pacientes com transtornos mentais, e mudanças no atendimento dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial), como a extinção daqueles voltados exclusivamente a usuários de drogas e álcool. De que forma essas medidas podem prejudicar a área de saúde mental no atendimento público?   
Caso venham a ser adotadas, essas medidas estarão na contramão de tudo o que diz respeito ao processo humanizatório e ao perfil democrático, social e progressista com que a política nacional de saúde mental vem sendo construída desde o início do período de redemocratização do nosso país e da eclosão das lutas antimanicomiais que a consubstanciaram.
A arbitrária substituição de uma visão holística, integrativa, humanista, multiprofissional e interdisciplinar de serviços psicossociais por uma visão medicalizante, privatista, individualista, psiquiatralizante e hospitalocêntrica agredirá valorosos princípios epistemológicos, metodológicos e estruturantes do SUS (Sistema Único de Saúde), assim como acabará resultando em sérios retrocessos a modelos excludentes e questionáveis de atendimento em saúde mental que a reforma psiquiátrica brasileira há muito tempo superou.
A educação sobre saúde mental e a diminuição do estigma em relação aos transtornos podem ser alguns dos resultados positivos que poderemos tirar desse período de pandemia? 
Esses resultados positivos desabrocharão no futuro. Os desafios que a humanidade viu-se obrigada a olhar com mais atenção em 2020 apenas começaram a mostrar a extensão, a seriedade e a profundidade das múltiplas ignorâncias e das inconsequências que ela possuía em relação a si mesma –como, por exemplo, o fato de não conseguir parar atividades econômicas mesmo em nome da proteção da vida de milhares de pessoas.
O que a humanidade já possui acumulado em termos econômicos seria suficiente para proteger todas as pessoas do mundo obrigadas ao isolamento social. O que falta é vontade política por parte de poderosos grupos de indivíduos obsessivamente insaciáveis e uma cultura da saúde mental capaz de proteger o mundo das sombras e do desequilíbrio egocentrado desses mesmos indivíduos.
No futuro, 2020 será chamado de ano-lupa, ano-luneta ou ano-microscópio: ele escancarou e revelou novas e velhas verdades absurdamente negadas por um número absurdo de pessoas cientes de que são pertencentes a uma espécie caracterizada por racionalidade, consciência e senciência, que é a espécie Homo sapiens.
Como a pandemia tem impactado a saúde mental da população? 
Muito do impacto da pandemia na saúde mental é absolutamente compreensível, normal e esperado. É normal sentir medo, ansiedade, alteração no apetite, tendência ao autoisolamento, humor deprimido, insônia eventual perante situações de estresse, angústia ou incertezas.
Há quem tenha começado a sentir dores inéditas no corpo, há que tenha percebido aumento na própria agressividade em relação a pessoas próximas. Também há pessoas que não conseguem mais enxergar sentido no casamento, no trabalho ou na religião que seguem. Essas são possibilidades absolutamente razoáveis e pertinentes em tempos como os que estamos vivendo.
O problema é quando as reações, por mais naturais e previsíveis que possam ser, começam a gerar sofrimentos intermináveis, perigo aos indivíduos e desfuncionalidades pessoais ou sociais. Nesses casos, a procura de ajuda profissional é altamente recomendada.
Quando sairmos dessa pandemia, quais sintomas devem ser os mais sentidos?
Seres humanos são infinitos particulares e universos irrepetíveis. Porém, a experiência nos mostra que a pandemia têm relação a muitas circunstâncias ligadas à origem de transtornos mentais como, por exemplo, transtorno do estresse pós-traumático, fobia social ou transtornos obsessivos compulsivos (TOC).
Em paralelo à pandemia da Covid-19 já é possível perceber a ocorrência de uma verdadeira pandemia em relação à saúde mental. Estudos já apontam aumento nos casos de depressão, de transtornos de ansiedade, de uso abusivo de substâncias psicoativas, de abuso infantil, de violência doméstica e de suicídios. Mais do que nunca, a mensagem da campanha Janeiro Branco é útil, necessária e pertinente.
Como se preparar emocionalmente para este ano que ainda deve exigir restrições como distanciamento social? 
Em palestras, entrevistas e reuniões virtuais tenho defendido a tese de que as pessoas precisam abraçar o pacto pela saúde mental que o Janeiro Branco está propondo. Isso dará a elas a chance de contribuírem para uma causa coletiva e universal, proporcionando-lhes sentimentos de responsabilidade social, utilidade pública, propósito, autocuidado e pertencimento.
As pessoas devem entender que nós, seres humanos, somos seres da comunicação orientados por sentidos que damos às nossas próprias vidas. Como dizia Nietzsche e Viktor Frank, quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como.
Mais do que nunca, é preciso que as pessoas invistam em autoconhecimento, autonomia e autoestima, tornando-se, metaforicamente falando, árvores com raízes mais fortes e capazes de resistir às inevitáveis intempéries do tempo.
Também é importante que as pessoas recorram a técnicas amplamente validadas quando o assunto é prevenção em saúde mental, como ioga, meditação, mindfulness, exercícios físicos regulares, sono regular, alimentação saudável, hábitos culturais que estimulem a criatividade e a cognição, vida sexual sincera e saudável, vínculos sociais reais e profundos, bom senso nas relações sociais e práticas espirituais harmônicas e equilibradas.
Por fim, é necessário que sejamos um país mais justo, mais igualitário e mais garantidor dos direitos sociais e dos direitos humanos. Não há campo fértil para a saúde mental onde reinam misérias sociais, violências (concretas ou simbólicas) nas relações interpessoais e más intenções políticas nos processos individuais e coletivos.

Janeiro Branco: a importância de se falar sobre Saúde Mental

Em texto assinado, no Jornal Estadão, pela Gerente de Saúde Corporativa do Grupo Boticário, @renatasimioni apresenta uma límpida e pedagógica tradução a respeito das várias importâncias e das várias dimensões que a Campanha Janeiro Branco possui enquanto uma Campanha dedicada à construção de uma cultura da Saúde Mental na humanidade.

Obrigado, Renata, pela sua gentileza e, ainda mais, pela sua sensibilidade em nos mostrar valiosas facetas de relação entre “mundo organizacional”, “Saúde Mental” e os potenciais da Campanha Janeiro Branco em chamar a atenção de todas as pessoas para essas (cada vez mais) necessárias questões!

Isso é colaborar com o pacto pela Saúde Mental que o Janeiro Branco 2021 propôs ao mundo!

Leia, abaixo, o texto escrito pela Renata Simioni no Jornal EstadãoFonte: Jornal Estadão

Eu sou o tipo de pessoa que adora fechar ciclos, limpar as gavetas, doar as roupas que passaram o ano todo no guarda-roupa e começar tudo de novo. Sou o tipo que renova as esperanças, projeto metas, faço outros combinados comigo mesma sobre o novo ciclo que começa. Janeiro é sempre esse mês para mim.
Esse ano tenho lido muita coisa sobre o Janeiro Branco. Confesso que é o primeiro ano que ele me chama atenção, apesar de já falarem sobre ele desde 2014.
O termo foi criado pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão e foi reconhecido pela OMS logo após. Em uma palestra recente da Izabella Camargo, jornalista e autora do livro “Dá um tempo”, ela traz uma definição que eu achei ótima: “Um Janeiro Branco para 11 meses coloridos”. Um mês inteirinho para pararmos e pensarmos o que queremos para nós nesse novo ano.
O “mês branco” vem para nos fazer refletir sobre onde e como estamos e o que queremos evoluir, seja na vida pessoal, social, espiritual e/ou do trabalho. Isso ajuda muito estabelecer uma cultura de cuidado de saúde mental na sociedade. Essa é a “parte” da saúde que é muito subjetiva e que não se mede por meio de exames laboratoriais. Ela demanda investir tempo em autocuidado e autoconhecimento para nos deslocarmos para o nosso próprio padrão, onde EU me sinto bem física e mentalmente.
Os números de saúde mental no nosso país e no mundo são alarmantes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior prevalência de ansiedade no mundo com 9,3% da população. Ainda somos o segundo maior em número de pessoas com depressão (5,8%), somente atrás dos Estados Unidos (5,9%) e muito à frente da prevalência mundial (4,4%). O suicídio está no 3º lugar entre as causas de morte externa, atrás de acidentes e agressões.
Quando vejo esses dados e as tendências, não há qualquer dúvida que há uma necessidade urgente de ação sobre o tema: precisamos evoluir na identificação, tratamento e prevenção de todos esses transtornos. Mas a principal pergunta para algo tão subjetivo é: como fazer tudo isso?
Sou médica há mais de 11 anos e trabalho na gestão de saúde corporativa há oito. Saúde mental já representa a segunda maior causa de afastamento do trabalho. Esse sempre foi o tema mais complexo na minha atuação, principalmente, por ser algo com tanto estigma e preconceito. E vivendo uma pandemia, vejo que estamos trilhando um caminho de sucesso no tema, apesar de saber que temos muito a aprender e evoluir.
Não existe fórmula mágica, mas se eu puder dar alguns conselhos para quem está olhando o tema é:
– acolhimento: ter pessoas competentes para acolher os casos críticos;
– prevenção: ações individuais e coletivas que abram espaço para escuta ativa;
– diversidade de ações: diversifique os estímulos porque as pessoas reagem de forma diferente a estímulos diferentes;
– fale sobre o tema: comunique e explique em todas as oportunidades;
A jornada é longa e diferente em todos os lugares e vai mudar a vida das pessoas e das organizações para muito melhor!
*Renata Simioni é gerente de saúde corporativa do Grupo Boticário
Fonte: Jornal O Estadão